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7 de set. de 2009

Dica e Crítica de filme: This is England!


O filme passa-se no verão de 1983 numa cidade litorânea da Inglaterra e trata da história de um moleque que acabara de perder o pai na Guerra das Malvinas e que ao ser zuado na rua, na escola por outros jovens por conta de seu visual dissonante do uniforme das ruas, o visual skinhead.
Desamparado, o garoto é adotado pela mob dos skinheads do bairro, onde ganha vida anti-social e é posto diante dos dilemas, conforme as experiências da vida sob o aspecto skinhead.
Uma seqüência de imagens tenta contextualizar a época em que se desenrola o filme, a Guerra das Malvinas, onde a Inglaterra entrou em guerra com a Argentina pela manutenção do controle sobre as Ilhas Falkland, com inserções de falas jornalísticas e reportagens com cobertura do desenrolar da guerra.
Tudo isso tendo como som de fundo Toots & The Maytals, além de outros sons que compõem a trilha sonora impecável da produção cinematográfica.
Outro aspecto esplêndido é o visual. O figurino, o cenário não deixa nada a desejar à época.
O filme aparenta toda uma inocência de época, porém, traz uma forte conotação política. Para entendermos isso é preciso fazer uma localização histórica do movimento skinhead, que à época estava na sua terceira geração. Com auge nos anos 60, reduzido aos redutos nos anos 70, ressurgindo nos anos 80, quando os nazis já tinham se infiltrado no movimento nas décadas anteriores, no entanto, nos anos 80, já tinha adaptado o discurso para as eleições. O autor retrata isso de forma notável.
Após a captação de Shaun (ator principal, pois a história passa sobre seu olhar) e seu batismo com a raspagem de cabeça, após alguns desentendimentos ciumeiros com Gadget, membro da turma de skinheads liderados por Woody, um grupo aparentemente trade desenvolve suas atividades como roles, festinhas, futebol, enfim.
De repente, a irmandade do grupo é posta à prova com o retorno de Combo (skinhead facho, provavelmente da época da infiltração nazi) recém saído da cadeia após três anos de detenção. Num primeiro momento conta suas histórias na cadeia, fazendo abordagens racistas de fatos ocorridos, lançando o mote de suas pretensões políticas quando enquadra Milky, único negro descendente de rude boys jamaicanos, sobre suas origens, imediatamente percebido por Woody e Lol, sua companheira skinhead girl. No momento seguinte é dado um ultimatum “branco” a turma de Woody, onde uns seguem ao nazista Combo e outros permanecem com Woody. Eis o momento auge do filme, pois o ar inocente despenca sobre as cabeças dos skins mais novos submetidos a ladainha nazi do National Front, e a falta de combate antinazi de Woody por sua limitação trade.
Papel destacável cabe as skinhead girls do filme, mostrando-se muito mais convictas politicamente que os homens, cabendo notoriedade a Lol, trabalhadora e que não cedeu ao assédio de Combo, desestruturando-o totalmente diante da sua negativa amorosa.
Bem, o desenrolar a partir daí só assistindo.
O que posso dizer é que nos traços gerais, quem é skinhead, skinhead girl vai se reconhecer e inclusive ser incitado a tomar partido, a se organizar, pois como diria uma banda que surgiria nessa época, contemporânea do filme, The Redskins, “se não nos organzarmos, perderemos nossas vidas em canções de protesto”.
Esse é o melhor filme a retratar as origens skins que já assisti.

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